HISTORIA CRONOLOGICA D'ERVEDEDO

 

Cronologia

1029, 1 Outubro - o Conde Limiano, D. Rodrigo Ordonho, cede Ervededo em arras ou dote de casamento a D. Tuda Gonçalves; Ervededo estava integrado no território de Baronceli, onde o conde possuía também as vilas de Calvelos, Vilarelho, Rabal, Tamaguelos e Mourazos;

 

1041 - falecido o conde e sepultado no mosteiro de Celanova, a viúva doa a vila de Ervededo e este Mosteiro; posteriormente este mosteiro funda em Ervededo um Mosteiro Beneditino com invocação de São Paio de Oso; Ervededo continuou subordinado à diocese de Orense;

 

1132 - doação de Ervededo sob forma de couto à diocese de Braga; Agosto - Conde D. Afonso Henrique confirma a doação ao arcebispo de Braga, D. Paio Mendes do Couto, confirmando assim igual reconhecimento anteriormente feito por sua mãe D. Teresa à mesma igreja de Braga, na sequência da doação de D. Urraca;

 

1145 - na divisão dos bens da Sé de Braga entre D. João Peculiar e o Cabido, o couto de Ervededo ficou a pertencer ao arcebispo, cabendo o couto de Urnelas (Boticas) ao cabido;

 

1169 - na sequência do desastre de Badajoz, Afonso Henriques é obrigado a restituir ao rei de Leão, D. Fernando II, seu sobrinho e genro, os dois distritos nortenhos: Toronho, entre Douro e Minho, e Límia em Trás-os-Montes, estando nesta cedência incluído o couto de Ervededo, consentindo o arcebispo de Braga e desistindo do seu direito, para não impedir a paz;

 

1173, 2 Fevereiro - data da referência mais antiga conhecida à "vila de Ervededo da Torre", por D. Fernando II num privilégio dado ao mosteiro beneditino de São Paio de Ozo;

1219, Junho - Afonso IX de Leão doa ao arcebispo de Braga D. Estêvão Soares da Silva, a vila e couto de Ervededo, com todas as suas pertenças, que tivera da sua avó, livre de toda a carga real, de modo que os seus moradores não fossem ao apelido, nem ao "castelaxe", nem pagassem pedido, nem colheita ao rei ou ao rico homem ou ao meirinho;

 

1228, 12 Outubro - carta de Afonso X definindo os limites geográficos de Ervededo;

 

1233, 11 Janeiro - data de foral da vila e couto de Ervededo dado por D. Silvestre Godinho, arcebispo de Braga; a partir desta data, Ervededo assume-se economica, administrativa e judicialmente, com excepção dos 41 crimes: violação, furto, homicídio e merda na boca;

1255, 3 Dezembro - D. Afonso X, confirma ao arcebispo D. João metade da moeda dos coutos de Ervededo, Bustelo e Ouguela, com todas as regalias que os bispos de Leão tinham nos seus coutos;

 

1257, Junho - confirmação por D. Fernando, rei de Castela e Leão, da doação à Sé de Braga;

 

1286, 2 Maio - confirmação da doação por Sancho IV;

 

1308, 10 Maio - confirmação da doação por D. Afonso XI;

 

1319 - por ordem do arcebispo D. João Martinez fixou-se a entrega a Martim Anes de Sousa da Câmara do Couto de Ervededo;

 

1333 - Martim Anes de Sousa, alferes do Rei e mordomo da rainha D. Beatriz levantou a "homenaxen da torre e Couto de Ervededo" a Fernão Gonzalez Barasa;

 

1343, 24 Fevereiro - carta de confirmação do rei de Leão, D. Afonso, da posse do couto a favor de D. Gonçalo Pereira;

 

1373 - devido a agitação social e injustiças, o arcebispo de Braga implora a D. Fernando os seus bons ofícios; 7 Agosto - D. Fernando escreve ao rei de Leão, D. Afonso, a confirmação do couto de Ervededo com suas fortalezas e casas, condenando D. Branca Lourenço, mulher de D. Martinho Anes de Sousa, na pessoa do seu procurador, a entregar ao arcebispo de Braga as ditas aldeias; "E porque os ditos lugares e fortalezas são do senhorio de los reis de Castela, as suas justiças (de Ervededo) devem assim ser ajudadas pelas outras (e) que o juízo das suas leis se deve cumprir pelas outras, quando mister for;

 

1380, 15 Setembro - confirmação da doação por D. João I, este com o privilégio de metade da moeda dos lugares de Ervededo e de Boticas;

 

1405, 10 Agosto - o arcebispo D. Martinho aforou perpetuamente o couto e o castelo de Ervededo a Gonçalo Pereira, por sessenta libras ou dois marcos de prata, mas este aforamento não foi aprovado pela Santa Sé;

 

1420, 14 Março - D. Fernando de Guerra doou a Gonçalo Pereira em "tença, enquanto fosse sua mercê", o couto de Ervededo, passando-lhe quitação de tudo quanto lhe devia em razão do mesmo couto; Gonçalo Pereira recusara-se entretanto a devolver o couto, o que resultou numa querela entre ele e o arcebispo, sentenciada pelo Vigário Geral a favor do arcebispo;

 

1430, 16 Novembro - D. Martinho, arcebispo Corfiense publicava em Roma a bula executória do papa Martinho V;

 

1432, 10 Maio - o arcebispo D. Fernando da Guerra pede ajuda ao rei de Castela para defender os moradores do couto de Ervededo porque os povos de Monterrey ali faziam muitas injúrias, desonras e prisões, levando os moradores a ir viver noutras partes; 26 Outubro - bula do papa Martinho V encarregando o bispo de Évora, o arcebispo Corfiense e o deão de Coimbra de executar as três sentenças que a cúria romana havia proferido a favor de D. Fernando Guerra e contra Gonçalo Pereira;

 

1455 - tentativa frustada de D. Afonso V de integrar o território nos bens da coroa;

 

1472 - D. Diogo de Sousa dá foral ao couto de Ervededo e de Bustelo; séc. 16 - época provável da construção do pelourinho;

 

1534, 4 Junho - Inquirição no Couto pela vigairaria geral de Chaves e pelo alcaide do Couto por ordem do arcebispo D. Diogo de Sousa;

 

1552 - D. João III autoriza o arcebispo D. Baltazar Limpo a fazer uma concórdia com o detentor do couto;

 

1640 - D. João IV apodera-se da alcaidaria, que sempre pertencera ao arcebispado;

 

1668, 10 Fevereiro - assinatura de paz entre Portugal e Espanha, cabendo Ervededo a Portugal, pondo assim fim ao enclave político de Ervededo, restando para o arcebispo a sua tenência e jurisdição senhoriais até 1744;

 

1706 - couto do Arcebispo de Braga, entrando nela a Ouvidoria de Braga; tem 400 vizinhos;

 

1758, 4 Abril - segundo o padre José Gomes Pereira nas Memórias Paroquiais, a freguesia tinha juiz ordinário, que também era dos órfãos, escrivão, vereador, procurador de concelho, almotacé, alcaide, porteiro e corpo de câmara, com respectivas casas dela e com cadeia para os culpados; todas estas justiças eram súbditas à Mitra de Braga e os feitos crimes e cíveis que neste juízo corriam por primeira instância por apelação para o doutor ouvidor da mesma cidade que os recebia e julgava para segunda instância, e que os transportavam para a Relação da mesma; o doutor ouvidor e provedor dele e seu distrito era seleccionados por eleição;

 

1790, 19 Julho - carta de lei retira aos arcebispos de Braga a jurisdição sobre Ervededo;

 

1796 - na nova demarcação das comarcas e distritos de Trás-os-Montes, pelo bacharel Columbano Pinto da Costa, pede-se a integração de Ervededo na Comarca e no distrito militar de Chaves; a petição foi indeferida; 1820 / 1829, entre - só nesta época o arcebispado de Braga perderá a jurisdição de Ervededo; até ali a acta eleitoral de 1820, por exemplo, refere "na Casa da Câmara e jurisdição da Santa Sé de Braga";

 

1829 - documentação já refere apenas na Casa da Câmara de Ervededo;

 

1835, 7 Agosto - decreto tornando Chaves um dos seis julgados do distrito de Vila Pouca de Aguiar e Vila Real *1;

 

1836, 6 Novembro - decreto procede à reformulação concelhia, sendo o de Ervededo reforçado com a anexação dos territórios circunvizinhos do concelho de Chaves, englobando as freguesias de Vilarelho da Raia, Vilela Seca, Calvão, Castelões, Seara Velha, Soutelinho e o lugar de Agrela e ainda os então extintos mini-concelhos de Meixido e Vilar de Perdizes (incluindo Solveira);

 

1851 - o concelho foi dotado de juízes de paz;

1852 - passou a ter Conselho Municipal;

 

1853, 31 Dezembro - reforma administrativa leva à extinção do Concelho de Ervededo e à sua integração no concelho de Chaves, com excepção das paróquias de Solveira, Vilar de Perdizes e Meixide que passaram para o de Montalegre, perdendo a total autonomia judicial e administrativa;

 

1876, 23 Novembro - apresentada reclamação por alguns habitantes de Torre de Ervededo contra a demolição do Pelourinho e da chaminé de cantaria dos Paços do Concelho; os restos foram integrados nas casas e anexos do largo, encontrando-se parte dum degrau do pedestal na base da escada de Carmelinda Rendeira e o fuste a servir de poste;

 

1887, 27 Julho - pedido de reconstrução e reparação de uma casa e varanda, no Largo do Pelourinho, tendo a Junta de Paróquia de dar informação a respeito;

 

1895 - construção da fonte sensivelmente no local onde se erguia o pelourinho.